Tecido conjuntivo

11/04/2009

Caracteriza-se por apresentar diversos tipos de células, separadas por abundante material intercelular sintetizado por elas. Esse material é representado pelas fibras do conjuntivo (estrutura microscópica definida) e substância fundamental amorfa (não estruturada). Banhando as células, fibras e a substância amorfa, há um fluido, o plasma intersticial.

As fibras são de três tipos principais:

1.Colágenas – Mais frequentes no tecido conjuntivo. No estado fresco são brancas. Suas fibras são birrefringentes, pois são constituídas por moléculas alongadas e pararalelas, com diâmetro variável entre 1 e 20 um. Mostram uma estriação longitudinal, por serem constituídas por fibrilas.
Observadas pelo MO são acidófilas, corando-se róseo pela hematoxilina-eosina.
São constituídas pela proteína colágeno, que é a mais abundante do corpo humano (30%). Mais de uma dúzia de colágenos já foram descritos, entretanto os tipos I a V e XI são os mais freqüentes:
Tipo I – Constitui 90% do total de colágeno do corpo dos mamíferos.
Encontrado: tendões, ligamentos, cápsulas dos órgãos, derme, tecido conjuntivo frouxo, ossos, dentina etc.
Sintetizado: fibroblastos, odontoblastos e osteoblastos.
Tipo II – Encontrado: cartilagem hialina e elástica. Forma fibrilas muito finas.
Sintetizado: células cartilaginosas.
Tipo III – É o colágeno que forma as fibras reticulares.
Sintetizado: Fibroblastos e células reticulares.
Tipo IV – Não é constituinte dos tecidos conjuntivos, está presente nas lâminas basais.
Sintetizado: células epiteliais.
Tipo V – Existe em pequenas quantidades, ocorre nos mesmos tecidos onde existe colágeno tipo I, associando-se a este para formar fibrilas.
Tipo XI – Encontrado: cartilagens hialina e elástica. Participa da estrutura das fibrilas colágenas, junto com o colágeno tipo II.

2.Fibras reticulares – Muito delicadas, com diâmetro de 0,5 a 2 um. São fortemente PAS positivas e têm afinidade pelos sais de prata. Formadas pelo colágeno tipo III associado e elevado teor de glicídios.
Formam o arcabouço dos órgãos hemopoéticos (baço, linfonodos, medula óssea vermelha etc). Além disso, formam redes em torno das células musculares e das células de muitos órgãos epiteliais, como por exemplo, o fígado, os rins e as glândulas endócrinas.

3.Fibras elásticas – São mais delgadas que as fibras colágenas e não apresentam estriação longitudinal. Ramificam-se e ligam-se umas às outras, formando uma trama de malhas muito irregulares. A fresco têm uma cor amarelada.
Sintetizadas: fibroblastos, condrócitos e células musculares lisas.
Componente principal: elastina.

Células constituintes do conjuntivo:

1.Fibroblasto – Célula mais comum do tecido conjuntivo e a principal responsável pela formação das fibras e do material intercelular amorfo. Tem prolongamentos citoplasmáticos irregulares, seu núcleo é claro, rande, de forma ovóide, com cromatina fina e nucléolo evidente. O citoplasma é rico em retículo endoplasmático granular. O aparelho de Golgi é desenvolvido.
O fibrócito é uma célula menor, que tende a ser fusiforme e com menor número de prolongamentos do que o fibroblasto jovem. Tem núcleo menor, alongado e mais escuro, apresentando citoplasma acidófilo.

2.Macrófago – Célula oriunda dos monócitos do sangue. Tem grande capacidade de fagocitose e sua morfologia é variável conforme seu estado funcional e sua localização. O núcleo dos macrófagos é ovóide ou com forma de rim, apresentando cromatina condensada. Atuam como elementos de defesa, Fagocitam restos de céllulas, material intercelular alterado, bactérias e partículas inertes que penetram no organismo. Alguns macrófagos secretam diversas substâncias que têm papel importante nos processos imunitários de defesa.

3.Mastócito – Célula globosa, grande e com citoplasma carregado de grânulos basófilos que se coram intensamente. O núcleo é esférico e central, mas freqüentemente não pode ser visto, por estar coberto pelos grânulos citoplasmáticos. Esses grânulos são elétron-densos. A principal função dos mastócitos é produzir e armazenar potentes mediadores químicos do processo inflamatório.

4.Plasmócito – São células ovóides com citoplasma muito basófilo, graças à sua riqueza em retículo endoplasmático rugoso. O aparelho de Golgi e o centro celular ficam ao lado do núcleo, ocupando uma área que aparece clara. Sintetizam e secretam anticorpos.

5.Célula adiposa

6.Leucócitos


Leucócitos

10/04/2009

Os leucócitos ou células brancas do sangue são corpusculos incolores implicados nas defesas celulares e imunocelulares do organismo.

Neutrófilo

Tamanho: 12-15 µm
Tem núcleo formado por dois a cinco lóbulos ligados entre si por finas pontes de cromatina.
Dependendo do número de lóbulos nucleares, os neutrófilos dividem-se em bi, tri, tetra e pentalobulados etc. As formas com mais de cinco lóbulos são chamadas hipersegmentadas e representariam células envelhecidas.O citoplasma abundante do neutrófilo é carregado de granulações específicas, cujas dimensões(0,3 a 0,8 um) se situam próximo ao limite de resolução do microscópio óptico. Essas granulações se coram em salmão pela mistura tipo Romanowsky. Contém também grânulos azurófilos.
Constituem uma linha de defesa celular contra a invasão de microrganismos, sendo fagócitos ativos de partículas de pequenas dimensões.
Os grânulos específicos neutrófilos matam as bactérias fagocitadas principalmente pela produção de ânions superóxido e peróxido de hidrogênio (H2O2).

neutrofilo1

Eosinófilo

Tamanho: 12-15 µm
Seu núcleo é, em geral, bilobulado. Apresenta granulações ovóides que se coram pela eosina (acidófilas). Os grânulos específicos eosinófilos são os lisossomos.
O citoplasma do eosinófilo é quase inteiramente ocupado pelos grânulos específicos. O retículo endoplasmático, as mitocôndrias e o aparelho de Golgi são pouco desenvolvidos.
Funções principais: fagocitar e destruir determinados complexos de antígenos e anticorpos e limitar e circunscrever o processo inflamatório.
eosinofilo
Basófilo

Tamanho: 12-15 µm
Núcleo volumoso, com forma retorcida e irregular, geralmente com aspecto da letra S. O citoplasma é carregado de grânulos maiores do que os dos outros granulócitos, os quais muitas vezes obscurecem praticamente o núcleo.

basofilo
Linfócito

Tamanho: 6-18 µm
Célula esférica, com diâmetro variável entre 6 a 8 um (pequenos), mas podem atingir até 18 um.
Possui núcleo esférico, às vezes com uma indentação. Sua cromatina se dispõe em grumos grosseiros, de modo que o núcleo aparece escuro nos preparados usuais, característica que favorece a identificação do linfócito.
O citoplasma é muito escasso, aparecendo nos esfregaços como um anel delgado em volta do núcleo. Apresenta basofilia discreta, corando-se em azul claro nos esfregaços. Por vezes, o citoplasma não é visível.
Linfócitos T são os mais numerosos no sangue. São responsáveis pelas respostas imunitárias de base celular, que não dependem dos anticorpos circulantes.

linfocito
Monócito

Tamanho: 12-20 µm
Os monócitos mais jovens são os que apresentam núcleo ovóide. Os núcleos em forma de rim e de ferradura representam estágios mais avançados do amadurecimento dessas células. A cromatina aparece em arranjo mais frouxo e delicado do que nos linfócitos, sendo esta uma das características mais constantes do monócito. O citoplasma é basófilo e contém grânulos azurófilos muito finos, alguns dos quais estão no limite de resolução do microscópio óptico.

monocito2

Fontes:

Atlas de histologia – ICB – UFG
Histologia Básica – Junqueira e Carneiro


Íntrons e Éxons

06/03/2009

Íntrons e Éxons no gene.

Os íntrons e éxons são seqüências de bases nitrogenadas no DNA. Os primeiros, até então acreditados  irrelevantes no processo de transcrição, são sempre suprimidos na formação do RNA mensageiro. Já os éxons são as partes “efetivamente” responsáveis pela codificação de proteínas.
Durante a transcrição do DNA, os íntrons são removidos por splicing, editando assim o RNA mensageiro, para a posterior produção de proteínas.
James Watson, em seu livro DNA, o segredo da vida, conta que há uma teoria que sustenta que esses intrusos moleculares (os íntrons) são meros vestígios de um passado evolutivo, um resquício dos primeiros dias de vida na Terra. Até o lançamento do livro, em 2003, a função e origem dos íntrons ainda estava em discussão.
Estudos realizados na USP identificaram que boa parte dos genes humanos (74%) possuem transcrição em seus íntrons.  Isso mostra que essas seqüências já não são vistas como antes: um “lixo genético”.
E vão além, afirmam que é possível que a diversidade das espécies estejam nas regiões intrônicas.